domingo, 13 de fevereiro de 2011

Trivialidades Marroquinas

Artigo

Preço final euros/dinares

1.º Preço do vendedor euros/dinares

4 pulseiras

€ 13,30 / 150 DRH

€ 26,7 / 300 DRH

2 espelhos

€ 7,10 / 80 DRH

€ 8,90 / 100 DRH

4 imans

€ 3,60 / 40 DRH

Preço Fixo

6 copos de chá

€ 8,90 / 100 DRH

€ 22,20 / 250 DTH

5 pares de brincos

€ 2,20 / 25 DRH

Preço Fixo

Pacote de tâmaras

€ 5,30 / 60 DRH

Preço Fixo

Garrafa de água

€ 0,89 /10 DRH

Preço Fixo

Pacote de amendoins doces

€ 3,60 / 40 DRH

Preço Fixo

5 postais

€ 0,89 / 10 DRH

Preço Fixo

Lenço

€ 7,10 / 80 DRH

€ 22,20 / 250 DRH

T-shirt

€ 8,90 / 100 DRH

€ 10,70 / 120 DRH

Lanterna

€ 22,20 / 250 DRH

Bule de chá

€ 13,30 / 150 DRH

Lanterna + Bule

€ 20,00 + 20 DRH

TOTAL

€ 83,58 / 940 DRH

€ 142,68 / 1.604 DRH





















TOP 10 de frases geniais dos vendedores dos souks:
1. “Italiano? Espanol? Chile? Argentina? Brasil? Portugal?”
2. “Olá, que precisas?”
3. “É a crisi! Portugal, Espanha e Marrocos, todos irmãos na crisi…”
4. “This is good quality! Touch!”
5. “Price is not a problem!”
6. “What’s your final price?”
7. “For you I give a good price”
8. “Pessoal que quieres?”
9. “I love Mourinho!”
10. “Cristiano Ronaldo helps his mother and sister. I love him. No one knows who is the mother of his child”

Alimentação:

Restaurante Aqua (68. Place de Jamaa El Fna, Medina Marrakech, Tel. 00212 524 38 13 24)

1.º Almoço

I Pizza Funghi – 60 DRH (€ 5,30)

I Bule de chá de menta – 15 DRH (€ 1,30)

I Coca-Cola – 15 DRH (€ 1,30)

Preço Total – 90 DRH (€ 8,00)

2.º Almoço

I Pizza Funghi – 60 DRH (€ 5,30)

I Salada Marroquina – 35 DRH (€ 3,10)

I dose de batatas fritas – 20 DRH (€ 1,80)

I Bule de chá de menta – 15 DRH (€ 1,30)

I Garrafa de água – 10 DRH (€ 0,89)

I Crepe com Nutela – 30 DRH (€ 2,65)

Preço Total – 170 DRH (€ 15,10)

Restaurant Chez Chegrouni (Djemaa El Fna)

Jantar

I Harira (sopa tradicional de tomate e grão) – 10 DRH (€ 0,89)

I Couscous com carne e vegetais – 60 DRH (€ 5,30)

I Tajine de carne com batatas fritas e azeitonas – 60 DRH (€ 5,30)

I Garrafa de 1,5l de água – 10 DRH (€ 0.89)

I Bule grande de chá de menta – 14 DRH ( € 1,25)

Pão caseiro – oferta da casa

Preço Total – 154 DRH (€ 13,70)

Café Glacier (Djemaa El Fna)

Jantar

II Chás de menta – 35 DRH (€ 3,10)

I Kekfa – 50 DRH (€ 4,40)

I Brouchete de vaca – 50 DRH (€ 4,40)

Preço Total – 135 DRH (€ 12,00)

Marraquexe - 2º Dia 04.02.2011

O dia começou com o pequeno-almoço no pátio do Riad servido por senhoras marroquinas vestidas de branco que não sabiam falar inglês. O pequeno-almoço consistiu em sumo de laranja natural, baguete, pão com cereais, croissants, beghrir (crepes marroquinos) e vários tipos de geleia. Após a refeição optamos por visitar os Jardins de Majorelle uma vez que se localizam fora de muralhas, mas perto do riad.

Mais uma vez, um trajecto que se adivinhava simples não o foi devido à imprecisão do mapa. Com algumas hesitações chegamos ao Jardim – um verdadeiro oásis de tranquilidade e ar puro no meio de uma cidade, que mesmo fora da Medina, é confusa e poluída. A entrada no Jardim custa 40 Drh. Aqui, o verde da vegetação mistura-se com o colorido da arquitectura. O espaço é pequeno e consiste numa floresta de bambus com caminhos ondulantes onde pontuam vasos de barrro colorido: azul, laranja e amarelo. Pelo percurso surgem pequenos lagos, fontes e pergolas. Junto ao museu existe um jardim de suculentas e buganvílias. O tempo proporcionou uma visita agradável, um belo dia de “Primavera” para um passeio no jardim.

Seguimos, a pé, em direcção à Praça Jaam-el-Fna para o almoço, arriscando a vida sempre que queríamos atravessa a rua. Em Marraquexe predomina uma cor entre o castanho e um rosa barrento. As cores resultam não só das muralhas e casas da Medina como dos edifícios da designada “cidade nova”.

De novo dentro da Medina e durante a hora de oração, cruzamo-nos com os fiéis que saiam da mesquita e verificamos o que tínhamos lido no guia acerca do islão e da caridade. Um dos pilares do islão é a caridade, um aspecto muito importante visto que não existe no país sistema de segurança social que protege quem não pode trabalhar, nomeadamente os mais idosos. Almoçamos no mesmo restaurante pizza funghi e salada marroquina. A salada marroquina é composta por azeitonas, tomate, pepino, cebola e ervas aromáticos.


A visita a jardins prolongou-se para depois do almoço, primeiro com os jardins da Koutubia e depois com a tentativa infrutífera de ver o jardim de Mamounia. O jardim da Koutubia é o jardim adjacente à mesquita da Koutubia. É, portanto, usado pelos crentes que passam ou descansam antes das várias orações diárias. Este espaço é de dimensão média e cheio de laranjeiras e rosas em flor. As laranjeiras são podadas no que resta de uma topiaria algures no tempo. Os canteiros são formais, rectilíneos e gradeados. No centro, alinhada com o minarete da mesquita, uma fonte seca. Aqui estão presentes aguadeiros, não os da fotografia que estão presentes na Praça, mas os verdadeiros que servem água aos fiéis que cerimoniosamente a bebem.

Na mesma rua, um pouco mais adiante, fica o hotel Mammounia. Este Hotel ficou famoso por ter sido frequentado por Winston Churchill, General de Gaulle e Alfred Hitchkock. O seu jardim é uma referência. Contudo, quando tentamos entrar no hotel para ver o jardim foi-nos barrada a entrada. We have a dress code. No sneakers allowed.“What?” “No sportif shoes. Besides, the visits are only from 10 to 4pm. Monday to Friday”. Era sexta e faltavam 10 minutos para as quatro da tarde. Não insistimos e rumamos às compras nos souks. A primeira aquisição foi uma t-shirt por 100 drh. Passamos o resto da tarde de souk em souk em busca de bijuteria mais um bule e copos de chá.

Fomos para o café Glacier para ver a praça ao pôr-do-sol bebendo um chá de menta. Uma vista única. Sons únicos. Neste momento, à medida que o sol se põe desejo ter um câmara fotográfica com mil e um mega pixels para poder captar, numa fotografia, a nitidez que os meus olhos vêem. Acabamos por jantar ali, no terraço do glacier com vista para a magnifica praça, brouchette e kefka. Um belo jantar. Com os drh que sobravam ainda compramos postais e um lenço - mais uma experiência. Por um lado, logo à entrada dos souks um vendedor cortava as unhas dos pés e chamava os clientes simultaneamente. Por outro lado, encontramos um vendedor melodramático que não tinha mais de 12 anos. Mais uma negociação. “Good Quality. Touch” “This (apontando para outro lenço) paint your head when you use. (atira o lenço para o chão com repulsa)Os vendedores marroquinos são realmente especiais.

Já com lenço e quase sem dinares marroquinos regressamos ao riad. Desta vez seguimos o mapa do guia que trouxemos do Porto, substancialmente melhor. Pelo caminho mais uma vez, pessoas nos perguntavam “Que quieres?” “Que precisas?” Paz no mundo, erradicar a pobreza, acabar com a fome. Apeteceu-me responder assim, mas não o fiz.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Marraquexe - 1º Dia 03.02.2011

No aeroporto de Sá Carneiro tivemos o primeiro contacto com a realidade dos voos para Marraquexe. Os passageiros são essencialmente jovens portugueses e estrangeiros em grupo. Os estrangeiros não espanhóis eram claramente estudantes em Erasmus no Porto de países de leste. Poucos marroquinos entraram no avião. Esta rota é essencialmente turística.

O voo correu bem e chegamos a Marraquexe à hora marcada. Enquanto esperávamos pelo carimbo no passaporte conhecemos uma das personagens da viagem. Um rapaz português que aparentava 25 anos e apresentava uma indumentária muito semelhante à usada pelo cantor Toy no melhor dos seus concertos. Como não conseguia falar inglês, nem francês (muito menos árabe) não conseguiu preencher o formulário de entrada no país e pediu ajuda ao Duarte. O Duarte explicou-lhe o que preencher em todos os campos. Não queria preencher a parte referente à profissão e explicou que não sabia ainda onde ia ficar. “Vou andar por aqui”, dizia ele. Muitas vezes ao longo da viagem, e ainda hoje, nos perguntamos por onde andará o rapaz e para quem seria o "belo" ramo de rosas vermelhas de cera que levava consigo. Ficaremos com a dúvida.

Chegados ao aeroporto, tivemos a primeira surpresa. O aeroporto era muito limpo e novo. Muito semelhante ao aeroporto de Sá Carneiro. Não tivemos de esperar muito até o nosso motorista chegar para nos levar ao Riad. Era um senhor de barbas pretas simpático que falava inglês. A distância entre o aeroporto e a Medina de Marraquexe não é muito grande, mas o problema é descobrir o Riad nas suas ruas estreitas. Após estacionar a carrinha, o motorista levou-nos até o Riad du Petit Prince a pé.


Quando chegamos ao Riad du Petit Prince fomos recebidos com chá de menta quente. O Riad é como um oásis de tranquilidade no meio de uma enorme balbúrdia. As ruas são sujas, cheias de gente (e motorizadas) e onde se vende tudo: o possível e o imaginário. Após o chá subimos para o quarto, simples mas bonito. Na cobertura existe um belo terraço muito ao estilo marroquino.



A tarde começou com a odisseia de chegar à Praça Jemaa-el-Fna. Embora tivéssemos um mapa foi totalmente impossível seguir as ruas pelo desenho – as ruas não tem nome e algumas delas não estão no mapa. Desistimos e seguimos por ruas e ruelas, juntamente com os locais, orientados pelo minarete da mesquita Koutobia. Lá chegamos por fim à Praça Jemaa-el-Fna. Tendo em conta que estávamos perante um património oral da humanidade, ficamos um pouco desiludidos com o espaço. Esperávamos muito mais gente, muitas mais bancas, muito mais ruído. Almoçamos pizza numa varanda com vista para a praça. Aqui percebemos que a praça ainda estava a ser ‘montada’ – por todo o lado surgiam bancas a ser preparadas para a noite.


Findo o almoço, passeamos até ao extremo sudoeste da Medina. Quando caminhamos junto à muralha fomos atingidos por pequenas pedras atirados por um grupo de rapazes que caminhavam em cima do muro. Mudamos para o outro lado da rua. Atravessar ruas em Marraquexe não é nada fácil. Há constantemente carros, motos e bicicletas a passar que deixam um ruído e fumo permanente no ar. Enquanto tirávamos fotografias ao Palácio Bahia fomos abordados por crianças (7/8anos) com um inglês muito bom para a idade que nos perguntaram o que fazíamos e quando dissemos que olhávamos para o Palácio – “Entry? To Right! Money, money. Bombom!” Ora em Marrocos, até as crianças cedem informações em troca de dinheiro. Imagino o estranho que seria se fosse estrangeiro e estivesse nos Aliados e fosse interceptado por crianças pequenas a perguntar se queria chegar aos Clérigos e logo depois pedir dinheiro pela informação.


Um bule de chá. Um coisa simples e fácil de comprar. Bem, nem tanto, pelo menos não foi agradável nem bem sucedida a nossa primeira incursão pelos souks. Entramos numa loja e perguntei o preço de um bule, mas optei por não me precipitar comprando o primeiro que vi. O vendedor teve uma reacção desagradável murmurando algo entre dentes. Na loja ao lado, voltei a entrar e a perguntar o preço dos bules. Neste momento o vendedor da loja anterior entrou e disse que eramos só “blá blá blá” e perguntou-me se queria levar o bule “for free”. Não respondi. Decidimos sair da loja, mas ainda deu tempo para o extremoso senhor estender o braço e dizer “Straith ahead”. Na loja seguinte já de novo na Jaam-el-Fna foi muito parecido – sem lugar à negociação.

A praça ao cair da noite já não parece a mesma. Enche-se de gente, cores, aromas e sons. Macacos, serpentes, arrancadores de dentes, tatuadoras de henna, vendedores, aguadeiros… tudo numa só praça. Distraída com o ambiente fabuloso da praça, fui abordada, pela segunda vez, por uma mesma senhora em menos de um minuto para fazer uma tatuagem henna. Disse “No, merci”. Pelos vistos, não foi o suficiente. A senhora decidiu tirar-me a mão do bolso do casaco. Como afastei a mão, a tatuadora ficou irada.


Jantamos no Chez Chegrouni tajine de carne e coucous com carne e legumes, acompanhados por pão caseiro e sopa harira. Tudo isto regado por chá de menta. Sabores diferentes e maravilhosos. A refeição correu muito bem e o restaurante recomenda-se.


Após o jantar mais uma odisseia: regressar ao Riad. Conseguimos seguir o mapa até certo ponto, mas a dado momento estávamos perdidos. Caminhamos algum tempo, sem saber onde estávamos, (sem dar isso a entender para não sermos abordados) em direcção a norte, por ruas ainda movimentadas e lojas ainda abertas. Isto até faz pensar em Marraquexe como uma espécie de Nova Iorque norte africana. Perguntamos o caminho a polícias e a um senhor no parque de estacionamento do tribunal, mas não ajudou muito. Quando estávamos perto do desespero, encontramos o Riad. Entramos e sentamo-nos no pátio junto à piscina a ouvir a água e alguns pássaros. O final de dia perfeito para um dia em cheio.